Como controlar o Diabetes tipo 1 e 2, através da alimentação.Gordura ou Carboidratos: quem é o vilao?

Existem dois tipos de diabetes: a diabetes tipo 1, quando o pâncreas não consegue produzir insulina suficiente, e a diabetes tipo 2, que está associada a maus hábitos alimentares.

Diabetes Tipo 1

A diabetes tipo 1 ocorre quando o pâncreas não consegue produzir insulina, o hormônio responsável por controlar os níveis de açúcar no sangue. Esse tipo de diabetes tem uma causa geralmente genética e afeta crianças e jovens.

Diabetes Tipo 2

Já a diabetes tipo 2 está mais ligada a maus hábitos alimentares. O corpo até produz insulina, mas não consegue metabolizar o excesso de açúcar no sangue, que é causado pela má alimentação.

Controlando a Diabetes com Alimentação

De acordo com o médico, é possível reduzir os níveis de açúcar no sangue sem recorrer a medicamentos.

Passo 1: Cortar Carboidratos

O primeiro passo seria reduzir a quantidade de açúcar e trigo na alimentação, pois o trigo atual contém um açúcar muito agressivo chamado amilopectina B, que está prejudicando a saúde da população, especialmente de quem é diabético. Zero açúcar e controle de carboidratos são essenciais.

Os Queijos na Dieta

Na dieta do doutor Rocha, os queijos amarelos são liberados. Esses queijos, que normalmente são vistos como prejudiciais, na verdade não fazem mal à saúde de quem tem diabetes, pois contêm gorduras que ajudam a manter os níveis de glicemia controlados.

No entanto, devem-se evitar:

• Queijos processados, como o cheddar
• Queijos “light”, pois a gordura removida é importante para quem tem diabetes.

Alimentos Funcionais

Alimentos funcionais, aqueles que previnem doenças, são incentivados. Esses alimentos são considerados “melhores amigos” de quem tem diabetes e incluem:

• Oleaginosas, como castanhas
• Abacate, que é uma gordura excelente, especialmente por conter gordura monoinsaturada, semelhante ao azeite de oliva.

História de Superação:

1-Aline e a Diabetes Tipo 1

Aline tem diabetes tipo 1 há 20 anos. Ela foi diagnosticada com a doença aos seis anos e, por conta da glicemia alta, precisou ser internada duas vezes.

Tentativas de Tratamento

Aline precisava tomar grandes doses de insulina todos os dias, mas decidiu buscar tratamentos alternativos e descobriu que a alimentação poderia ajudar a controlar a diabetes.

Desde 5 de maio de 2015, ela segue as orientações do doutor Rocha. A mudança de alimentação foi assustadora no início, pois tudo o que os médicos recomendavam, como o consumo de carboidratos e pães integrais, passou a ser visto como um inimigo.

Hoje, Aline ainda precisa de insulina, mas em menor quantidade. A cada três meses, ela faz um acompanhamento para ajustar as doses e observa que seu corpo responde bem à nova alimentação. A diminuição da insulina pode chegar a até 80% em alguns casos apenas com a mudança de dieta.

Benefícios da Nova Alimentação

Para Aline, a nova alimentação trouxe mais controle sobre a saúde. Ela sabe exatamente quais alimentos pode consumir, incluindo o queijo, que agora não afeta negativamente sua glicemia.

2-O Caso de José Venâncio e a Diabetes Tipo 2

José Venâncio, de 57 anos, descobriu que tinha diabetes tipo 2 há um ano e meio. Ao receber o diagnóstico, ouviu do médico que a diabetes não tinha cura e que ele precisaria de remédios pelo resto da vida.

José saiu da consulta com a prescrição de cinco tipos de remédios e, ao ver a quantidade de medicamentos, ficou deprimido. Decidiu então procurar tratamentos alternativos.

A Nova Dieta de José Venâncio

No auge da doença, a taxa de açúcar no sangue de José chegou a 298, mas, com a nova dieta, caiu para 89. Hoje, ele não está mais com diabetes, nem mesmo no nível pré-diabético.

Dúvidas e Mudanças na Alimentação

Sua esposa estranhou as orientações da nova dieta, especialmente sobre a liberação de gordura. José começou a consumir ovo com bacon no café da manhã, o que gerou preocupação quanto ao aumento de colesterol. Contudo, de acordo com o doutor Rocha, é um mito acreditar que gorduras fazem mal ao coração.

Estudos mostram que não há relação entre gordura saturada e doenças cardiovasculares. O excesso de carboidratos é que aumenta a predisposição para problemas cardiovasculares.

Agora, a mesa de José conta com:

• Abacate
• Coco
• Muita salada
• Carne

Além disso, José perdeu 21 quilos, o que teve um grande impacto em sua autoestima.

Questões de Segurança e Eficácia no Tratamento

O método do doutor Rocha chamou a atenção da Sociedade Brasileira de Endocrinologia. A dieta é um tratamento importante para a diabetes, mas afirmar que uma única dieta cura a doença é considerado perigoso. Em nenhum país, os medicamentos são completamente excluídos do tratamento.

Benefícios dos Medicamentos

Os medicamentos auxiliam, mas a boa alimentação é o melhor tratamento para quem tem diabetes.

3-Evandro e a Mudança para uma Dieta Saudável

Evandro também trocou os remédios pela dieta. Antes, ele desmaiava por causa da diabetes, mas por insistência da esposa, procurou ajuda e mudou sua alimentação.

Novo Jantar de Evandro

Hoje, seu jantar é rico em proteínas e, diariamente, Evandro consome ovos, um alimento considerado um dos mais saudáveis. O ovo é altamente nutritivo e fornece dois componentes importantes para quem tem diabetes: nutrição e saciedade.

Depois de 40 dias seguindo a dieta, Evandro notou uma melhora em sua taxa de açúcar, que agora está em torno de 107. Ele também conseguiu parar de tomar os remédios para diabetes há duas semanas e se sente melhor do que nunca.

Melhora na Qualidade de Vida

Para Evandro, o mais importante é a melhora na qualidade de vida. Ele chegou a pensar que não viveria até os 50 anos, mas hoje projeta uma vida mais longa, esperando alcançar pelo menos os 75 anos.

Considerações sobre a Segurança no Tratamento

Apesar dos benefícios de uma dieta controlada para diabetes, a exclusão total de medicamentos não é amplamente recomendada. A dieta é um componente essencial, mas o acompanhamento médico permanece importante para garantir a segurança e a eficácia do tratamento.

Conclusão

Dieta e alimentação adequada são essenciais para o controle da diabetes, seja no tipo 1 ou tipo 2. O acompanhamento médico continua sendo fundamental, mas mudanças na alimentação podem proporcionar grandes benefícios na saúde e qualidade de vida dos pacientes. Uma alimentação equilibrada pode proporcionar grandes melhorias para pessoas com diabetes, contribuindo para a qualidade de vida e controle da glicemia. O acompanhamento médico, no entanto, deve continuar sendo uma prioridade.

1. American Diabetes Association. (2020). Standards of Medical Care in Diabetes – 2020. Diabetes Care, 43(Supplement 1), S1-S212.
   • Este é um guia abrangente sobre os padrões de cuidado na diabetes, incluindo dietas e manejo da glicemia, oferecendo diretrizes baseadas em evidências para o controle da diabetes tipo 1 e tipo 2.
2. Willet, W., & Ludwig, D. (2017). The Role of Diet in the Prevention and Control of Obesity and Diabetes: A Guide to the Primary Care Physician. American Journal of Medicine, 130(10), 1101-1107.
   • Discute o impacto da dieta na prevenção e controle de diabetes e obesidade, além dos benefícios de reduzir carboidratos refinados e adicionar alimentos ricos em fibras e gorduras saudáveis.
3. Hu, F. B., & Malik, V. S. (2010). Sugar-sweetened beverages and risk of obesity and type 2 diabetes: epidemiologic evidence. Physiological Behavior, 100(1), 47-54.
   • Este estudo analisa a relação entre o consumo de bebidas açucaradas, obesidade e diabetes tipo 2, ressaltando a importância de limitar a ingestão de açúcares simples.
4. Lopes, M., & Pinto, T. J. (2021). A importância dos alimentos funcionais no controle glicêmico de pacientes com diabetes mellitus tipo 2. Revista Brasileira de Nutrição Clínica, 36(2), 104-110.
   • Este artigo destaca alimentos funcionais como oleaginosas e abacate e discute seu papel na regulação da glicemia em pacientes com diabetes tipo 2.
5. Mazzola, N., & Rachael, H. (2018). Low-carbohydrate and ketogenic diets: A comprehensive review of the literature. Current Diabetes Reports, 18(12), 100.
   • Revisa estudos sobre dietas com baixo carboidrato e cetogênicas, seus efeitos no controle de diabetes tipo 2, e discute as vantagens e limitações dessas dietas para pacientes.
6. Fung, J., & Teicholz, N. (2016). The Case for Reducing Dietary Carbohydrates in Diabetes Management. Clinical Diabetes, 34(4), 164-167.
   • Apresenta argumentos sobre a eficácia das dietas com baixo carboidrato na gestão do diabetes, mostrando como essa estratégia pode reduzir a necessidade de insulina em pacientes com diabetes tipo 1 e tipo 2.